top of page

Alter do Chão: conheça o Caribe brasileiro

  • Foto do escritor: Virna Miranda
    Virna Miranda
  • 31 de out. de 2020
  • 5 min de leitura

Atualizado: 23 de fev. de 2024



As águas azuis do Rio Tapajós

Ouvi falar de Alter do Chão há pouco mais de 10 anos, um destino remoto, no interior do Pará, conhecido por poucos. A primeira vez que o lugar me chamou a atenção foi quando estava mapeando eventos regionais para um projeto de trabalho e descobri nas minhas pesquisas uma celebração popular chamada “Festa do Sairé”, que acontece há cerca de 300 anos nesse pequeno vilarejo localizado a 30km de Santarém. De lá pra cá, Alter do Chão caiu nas graças dos viajantes de plantão ao sair em uma matéria do jornal inglês The Guardian, que a colocou entre as dez mais belas praias do Brasil. O lugar despontou, começou a chamar a atenção de turistas nacionais e estrangeiros e pouco a pouco vem ganhando fama e se tornando um destino turístico disputado.

Como chegar a Alter do Chão

Apesar de estar localizado na região amazônica, a 3680 km de Belém do Pará e 11.490 km de Manaus pela estrada, para chegar a Alter do Chão até que é relativamente simples. É possível voar para Santarém saindo de São Paulo, Brasília, Belém ou Manaus.

Chegando a Santarém, é só pegar um táxi para o vilarejo, distante 33 km do aeroporto. O trajeto dura uns 40 minutos em estrada boa e custa cerca de R$ 100 – negociamos com o mesmo motorista para nos buscar no dia da volta pelo valor de R$ 90.


Pousando em Santarém

Se tiver mais tempo e quiser um pouco mais de aventura, opte por fazer um dos trechos Manaus-Santarém ou Santarém-Belém de barco, navegando pelas águas do Tapajós e do Amazonas. São aproximadamente 3 dias de viagem, dormindo a bordo e parando em pequenas comunidades locais ao longo do rio. O ideal é optar por um desses dois trechos que citei que acompanham a descida do rio. Se fizer a viagem no sentido contrário, saindo por exemplo de Belém para Santarém, será mais demorado já que você estará indo contra a correnteza.

A pequena vila de Alter do Chão

Desafiando a sua fama ascendente, Alter do Chão ainda conserva ares bucólicos. Com apenas 3.500 habitantes, é um lugar simples, sem grandes estruturas turísticas. São poucas pousadas e poucos restaurantes, Airbnb é quase inexistente. Esqueça carro, dá para fazer tudo a pé – ou de barco! Escolhemos a simpática Pousada Vila Alter (não confundir com Vila de Alter, uma pousada boutique que leva nome parecido). Administrada pelo italiano Fred e pelo austríaco Christian, a Vila Alter é simples, porém aconchegante. E fica a apenas 250 metros do centrinho. Para quem vai passar o dia dentro das águas do Tapajós, achamos um ótimo custo x benefício, sem muitos luxos, mas com um bom café da manhã e ar condicionado (importante para o calor tropical da região) e o principal, um atendimento hospitaleiro e muito gentil.


O que fazer em Alter do Chão

A fama de Caribe Amazônico não é à toa. A grande atração de Alter do Chão são as águas azuis do Tapajós, um dos mais límpidos rios da Bacia Amazônica. Com 850 km de extensão, ele nasce no Mato Grosso, banha parte do estado do Pará até desaguar no Amazonas em frente à cidade de Santarém, no fenômeno conhecido como “encontro das águas”. O contraste das águas azuis do Tapajós com as águas marrons do Amazonas, que não se misturam, é reconhecido como patrimônio cultural de natureza imaterial do Pará.


Encontro das águas do Rio Amazonas e do Rio Tapajós, em Santarém

O mais impressionante, no entanto, é a largura do Tapajós. Na região de Alter, ele chega a ter 22 km de largura. Em alguns lugares o rio se perde de vista e não dá para enxergar a outra margem. Por essas características, o Tapajós lembra um grande oceano de águas azuis e areia branquinha. É simplesmente deslumbrante. Arrisco a dizer que é um dos lugares de beleza natural mais especiais que já tive a oportunidade de conhecer.


Com 22km de uma margem a outra, o Rio Tapajós parece o mar

Podemos imaginar então que tudo aqui gira em torno do rio. Prepare-se para passeios de barco, banhos de água morna em praias paradisíacas, muito Pirarucu e Tucunaré fresco assado na hora e dias inesquecíveis que acabam com o sol se pondo nas águas azuis do Tapajós. À noite, a vida gira em torno da pracinha da vila, onde turistas e locais se unem para jantar e tomar uma cervejinha gelada ao som do carimbó. Ah, e não esqueça de tomar um sorvete de sapotilha (o nosso sapoti) para encerrar o dia com chave de ouro.


A vila de Alter do Chão


Se você é daqueles incansáveis que procura uma programação um pouco mais animada à noite, junte-se a um grupo para participar de uma “Piracaia”, o nome dado ao ritual indígena de fazer churrasco de peixe assado na fogueira na beira do rio. Os barqueiros da ATUFA, a associação de barcos de Alter do Chão, costumam organizar animados grupos de Piracaia, muitas vezes acompanhados de roda de carimbó.

A Ilha do Amor

Em frente à pracinha principal de Alter, encontra-se a Ilha do Amor, que na verdade não é uma ilha, e sim uma península. Essa é a praia oficial da vila, onde se pode tomar um banho delicioso de rio e aproveitar as barraquinhas que oferecem mesas e cadeiras pertinho da água, e servem petiscos e pratos regionais, acompanhados de uma boa cerveja gelada ou de drinks feitos com as deliciosas frutas amazônicas.




Os passeios de barco

O melhor de Alter não está exatamente “em Alter”. Se quer mesmo conhecer as belezas dessa região lindíssima, contrate um barco e vá navegar pelas águas azuis do Tapajós. São dezenas de praias de areia branquinha, águas mornas, lagos escondidos em meio à vegetação. Um paraíso na Terra...


Praia de Pindobal

Por serem mais distantes, alguns passeios demandam um pouco mais de tempo e planejamento, como a excursão para a Flona, a Floresta Nacional do Tapajós, onde você fará uma trilha pela floresta, verá uma Sumaúma de 200 anos e ainda almoçará na comunidade Jamaraquá, ou o passeio para conhecer o Arapiuns, outro famoso rio da região, que guarda praias mais rústicas e oferece a possibilidade de conhecer bichos-preguiça e tracajás, a tartaruga amazônica.

Como tínhamos apenas 2 dias e meio, optamos por conhecer as praias do Tapajós, o que para nós valeu muito a pena. Nos outros posts dessa série, você encontra dicas e fotos das praias que visitamos, mas acredite... qualquer passeio que você escolher, vai valer a pena e deixar um gostinho de quero mais. Certamente, voltaremos a Alter do Chão para novas aventuras!!!




Para sua segurança, contrate um barco (ou lancha) da ATUFA, a associação de barcos oficial de Alter do Chão. Você pode optar por passeios exclusivos (aproximadamente R$ 400 por uma lanchinha que ficará o dia inteiro a sua disposição, com roteiro a sua escolha) ou se juntar a um grupo para roteiros pré-definidos (em torno de R$ 100 a R$ 150 por pessoa). Em tempos de segurança pela recente pandemia de Covid, eu e Zeca optamos por contratar com exclusividade o lancheiro Carlinhos, que foi nosso capitão e guia em dois dias de passeios, e acabou se tornando nosso brother! Fica aqui o contato do nosso amigo Carlinhos – faça contato e reserve seu passeio antes de ir pelo Whatsapp.

Leia também os outros posts dessa série e saiba mais sobre Alter do Chão:


© 2020 por TENHO ANDADO POR AÍ. Orgulhosamente criado com Wix.com

bottom of page