Bate e volta ao Palácio de Versailles
- Virna Miranda
- 10 de abr. de 2021
- 5 min de leitura
Atualizado: 26 de jun. de 2021
A primeira vez que estive em Paris, por conta de alguns contratempos não consegui visitar o Palácio de Versailles. Esse passeio, portanto, era uma das prioridades do nosso roteiro. Mas confesso que a visita foi um pouco frustrante. Explico o porquê. Não vale a pena ir a Versailles no outono avançado (estávamos no início de novembro). O lugar entra em manutenção, o jardim não está bonito, já que não existem flores, as estátuas são cobertas para protegê-las do frio. O resultado é que muito da beleza do lugar representada por seus famosos jardins é totalmente comprometida por esse cenário. E para completar nosso passeio micado, o tempo não ajudou...


Mas vamos lá. Aqui compartilho como foi nosso passeio de bate e volta ao Palácio de Versailles. Importante deixar registrado para quem não sabe que o famoso palácio não fica em Paris, mas numa cidade próxima chamada Versailles (daí seu nome). Mas chegar até lá é bem simples. Dá para ir de trem ou de RER (o metrô de superfície) e a viagem leva cerca de 40 minutos. Super tranquilo para ir, conhecer tudo com calma e voltar no final da tarde.
Nós optamos pelo RER (linha C), que passa por várias estações em Paris: Saint Michel – Notre Dame, Musée d’Orsay, Invalides, Pont d’Alma, Champs de Mars Tour Eiffel... Veja a mais próxima do seu hotel. Depois do rápido percurso, descemos na Versailles Rive Gauche, a estação mais próxima do castelo. Ao descer do trem, siga o fluxo de pessoas. De preferência, compre seu ingresso com antecedência pela internet, para evitar filas na entrada.
Andamos cerca de 10 minutos até avistar as grades douradas que cercam o majestoso empreendimento.

Com uma imponente arquitetura e mais de 800 hectares de jardins, o Palácio de Versailles foi declarado Patrimônio da Humanidade pela Unesco. Um dos lugares mais visitados da França, ele une história e cultura e seus números impressionam. Uma de suas das maiores atrações são seus jardins perfeitamente planejados e extremamente bem cuidados. Reserve um dia inteiro para essa visita.

Entre 1682 e 1789, o Palácio de Versailles foi o centro do poder do Antigo Regime francês, comandado por Luís XIV. Considerado um dos maiores palácios do mundo, Versailles possui 2.153 janelas, 67 escadas, 352 chaminés, 700 quartos, 1.250 lareiras e 800 hectares de parque. Também viveram aqui Luís XV e Luís XVI, casado com Maria Antonieta.
Começamos nossa visita pela parte interna do Palácio, com sua imponente arquitetura.
Seus aposentos são incríveis, mas confesso que depois de 10 dias na Áustria, onde conhecemos à exaustão o acervo dos Habsburgos, já estávamos um tanto cansados da opulência e ostentação da nobreza europeia...
Mas não dá para não achar incríveis os gigantescos quadros renascentistas, os afrescos dos tetos e a suntuosa Sala dos Espelhos, onde aconteciam os bailes da corte.

É interessante saber que o rei e a rainha não dormiam no mesmo quarto. Cada um tinha seus aposentos, que curiosamente eram simétricos. Você acredita que os súditos faziam fila para ver a cerimônia de despertar do rei??? Eu achei isso surreal!!!


Abaixo, a mesa onde rei, rainha e filhos faziam as refeições, que também eram assistidas pelos súditos. Nas cadeiras ao fundo, sentavam-se as damas da corte, para admirar a família real se refastelando... Fala sério!

Fiquei também pensando em como eles se comunicavam, já que não havia telefone, interfone, celular, Whatsapp. Como eles se achavam para combinar o que queriam para o jantar naqueles corredores quilométricos que separavam os 700 aposentos do palácio?

Para repor as energias depois de percorrer o gigante museu, nos deliciamos com as tortinhas do Angelina. O famoso café que produz um dos melhores chocolates da França tem uma filial em Versailles. Vale a pena conferir. Olha que delícia!
Depois da visita à parte interna do palácio, fomos conhecer os famosos jardins. Como comentei no início desse post, estávamos no outono, época em que não existem flores e a administração aproveita para fazer manutenção nas fontes e estátuas. E para completar, estava chovendo... A realidade é que nossa visita ficou pela metade e um dia teremos que voltar para conhecer o Jardim de Versailles em sua plenitude.

Mas já que estávamos aqui, enfrentamos a garoa fina e gélida e partimos para explorar os jardins. Não deixa de ser interessante o preciosismo dos cuidados dedicados à manutenção anual do local.
Pudemos observar as estátuas cobertas, muitos tapumes e galpões de restauro instalados nos arredores. Havia muitos homens trabalhando, as fontes estavam baixas, possivelmente para reparos nas ferragens.
Ficamos nos perguntando se não seria melhor fechar o lugar e reabrir depois do inverno. É bem frustrante para o turista que faz um esforço grande para chegar até aqui.
Perambulamos um pouco pelo local, tiramos algumas fotos, mas não fomos muito longe em nossa exploração, já que não havia muito o que ver.
Ficou para uma próxima oportunidade. Decidimos então voltar mais cedo para Paris e aproveitar o resto do dia em outra programação.

Deixo aqui algumas dicas se você pretende visitar Versailles:
1. Se for inverno ou final de outono, não vá.
2. A viagem de Paris até aqui é relativamente rápida, mais ou menos 30 minutos. Você vem e volta de RER (o trem de superfície) e se comprou o Paris Visite, o valor da passagem já está contemplado no seu ticket.
3. Compre seu ticket para o Palácio com antecedência pela internet. Assim, você evita as longas filas para comprar ingressos.
4. A entrada para os jardins é gratuita. Você só paga para entrar no Palácio.
5. Os jardins são enormes. A pé, você levará cerca de 2 a 3 horas andando para percorrer tudo. O lugar oferece algumas alternativas, como trenzinhos e bicicletas, mas valem os seguintes alertas. O trem é uma ótima opção, porque ele vai parando em alguns pontos e você pode embarcar e desembarcar a vontade. Mas o ingresso tem que ser comprado lá em cima, antes de começar a descida pelos jardins. Desavisados, descemos a pé e quando bateu o cansaço, resolvemos pegar o trem para voltar, ao que fomos surpreendidos com a informação de que não é possível pagar pelo ticket fora do ponto de partida, que fica ao lado do palácio. O ingresso custa 3.70 euros por pessoa. Se preferir, você pode alugar uma bicicleta para passear pelo parque, mas também não tivemos sorte, pois eles exigem um documento original com foto e como costumamos andar somente com uma xerox do passaporte por segurança, não houve jeito de convencer o funcionário a nos liberar a bike. Definitivamente, não era nosso dia.
Para saber mais sobre nossa viagem para Paris, leia os outros posts dessa série.
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