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Bem-vindos a Alter do Chão

  • Foto do escritor: Virna Miranda
    Virna Miranda
  • 2 de nov. de 2020
  • 5 min de leitura

Chegamos a Alter do Chão em uma noite de domingo, véspera do feriado de 12 de outubro. O voo que pegamos em Belém pousou em Santarém no finalzinho da tarde, o que nos presenteou com o visual majestoso do encontro das águas dos rios Amazonas e Tapajós.




Pegamos um táxi no aeroporto – são apenas 33 km até a vila de Alter do Chão em estrada asfaltada. A corrida durou cerca de 40 minutos e custou R$ 100, pagos no cartão de crédito. O motorista, muito atencioso, nos ofereceu 10% de desconto pelo retorno, então deixamos combinado que ele nos pegaria em nossa pousada no dia da nossa volta.

Nos hospedamos na Pousada Vila Alter (não confundir com Vila de Alter, uma pousada boutique, bem mais sofisticada e, claro, mais cara que a nossa). De propriedade de dois europeus, Christian, austríaco, e Fred, italiano, a Vila Alter oferece hospitalidade na medida certa e achamos um ótimo custo benefício. É simples, sem luxo, mas tem conforto na medida certa para quem vai passar o dia curtindo os passeios e chegará na pousada só para dormir. O quarto tem ar condicionado, o café da manhã tem tapioca, ovo e suco de frutas naturais. O ambiente é agradável e a equipe é muito atenciosa. O único “porém” é a falta de isolamento acústico entre os quartos. Mas não chegou a ser um grande problema para nós. A localização também é um ponto forte: perto o suficiente para ir caminhando até o centrinho, mas longe o suficiente da agitação dos bares e restaurantes que ficam cheios a noite.




Tomamos um banho e fomos caminhando até a pracinha para fazer o primeiro reconhecimento da cidade e encontrar um local para jantar. O centro fica nas margens do rio se resume a uma pracinha, que é o coração da vila, rodeada por um mercadinho, algumas lojinhas e poucas opções de bares e restaurantes. É também nessa praça que todas as noites se montam barraquinhas que vendem doces, drinks e lanches. Após o jantar, a visita ao quiosque de sorvetes regionais Nilo é a melhor pedida para a sobremesa. Feitos de frutas amazônicas de nomes exóticos, como Taperebá e Bacuri, os sorvetes paraenses são famosos pela cremosidade e sabor.

A noite geralmente é animada por rodas de carimbó no coreto da praça, dança típica do Pará. Infelizmente, não rolou nenhuma apresentação nos dias em que estivemos na cidade. Em compensação, diariamente tinha um músico de rua animando a noite com seu violão e um repertório de MPB de ótima qualidade.

Decidimos tentar uma mesa em “O Italiano”, um simpático restaurante de massas e pizzas, que nos atraiu pela agradável varanda naquela noite de calor. O lugar se mostrou uma ótima escolha.


Jantar no restaurante "O Italiano"


Eu, Zeca, Roberto e Fatinha

A proprietária, Fátima, ou Fatinha, como é conhecida, é nativa de uma comunidade amazônica que conseguiu estudar gastronomia na Itália e retornou para suas origens. As massas e pizzas servidas no restaurante são produzidas por ela e sua equipe e são deliciosas. Também tem boas opções de vinho, cerveja gelada e ótimos drinks. Gostamos tanto do local que voltamos todas as noites e no final acabamos ficando amigos dela e seu namorado, Roberto.















Terminado nosso jantar, voltamos para a pousada para dormir. Hora de renovar as energias para conhecer o Tapajós no dia seguinte!

A Ilha do Amor

Atravessando a pracinha, você chega na orla de Alter do Chão. A primeira vista já é estonteante: águas azuis, muitos barcos ancorados e uma ilha de areias brancas bem em frente.


A "orla" de Alter do Chão



Principal praia de Alter do Chão, a chamada “Ilha do Amor” na verdade é uma península, e não uma ilha. Mas pouco importa: o local é lindo e uma ótima pedida para começar a explorar os encantos do rio Tapajós.



Ilha do Amor

Tem duas formas de chegar até a Ilha do Amor: de catraia (pequeno barco de madeira) ou caminhando pelas águas do Tapajós. Tudo vai depender da época do ano...

A região de Alter do Chão tem duas estações, a da cheia e da seca. A cheia é a época das chuvas, que vai de janeiro a junho, quando as águas do rio sobem cobrindo praias, barracas e tudo mais que tiver no caminho. Já na época da seca, que vai de julho a dezembro, as chuvas dão lugar ao calor do sol e as águas do Tapajós baixam até revelar praias de areia branquinha.

Como estávamos em outubro, auge da seca, nossa travessia até a Ilha do Amor foi andando mesmo. Com a água morna cobrindo pouco mais que o tornozelo, em 5 minutos estávamos na outra margem. Subimos o pequeno morro de areia que divide a ilha em dois lados e onde ficam as barracas que preparam comidas e petiscos. Descendo para um lado ou para o outro, encontram-se mesas e cadeiras na beirinha da água, onde o programa é sentar e relaxar entre um mergulho e outro nas águas quentes do rio. O cenário é estonteante e dá um prenúncio do que nos espera nos próximos dias.


A região de Alter do Chão oferece inúmeros passeios de barco para conhecer praias, enseadas, lagos escondidos atrás de dunas de areia. Com 850 km de extensão – nasce no Mato Grosso e desemboca no Amazonas, em frente à cidade de Santarém – o Tapajós é um rio ímpar. Suas águas são azuis, transparentes e mornas, e como em muitos lugares não avistamos a outra margem, ele lembra muito o mar: tem até onda! Totalmente navegável, passear por suas águas é simplesmente um deleite. Leia os próximos posts dessa série para conhecer um pouco mais sobre as praias paradisíacas do Tapajós.

Voltando à Ilha do Amor, passamos o dia curtindo o sol em nossa mesinha na beira do rio, tomando uma cervejinha gelada, comendo bolinho de piracui (peixe seco e desfiado, tem gosto de bacalhau), entremeada por mergulhos nas águas calmas do rio. Para almoçar, escolhemos um surubim assado, acompanhado de arroz, feijão e salada (R$ 70 um prato para 2 pessoas), preparado ali mesmo na barraca.




A Araribá Cultura Indígena


Na volta para a Pousada, aproveitamos para conhecer um lugar muito especial de Alter do Chão: a Araribá Cultura Indígena, uma loja que representa o maior acervo de peças indígenas autênticas do Norte do Brasil. Com onze anos de existência, o local reúne peças de mais de oitentas povos e é considerado a loja mais completa do ramo na região amazônica, segundo o guia internacional Lonely Planet. Explicações merecidas à parte, a visita à Araribá é imperdível. Cerâmicas marajoara, cestarias, colares, tapeçarias, peças de madeira, armas indígenas. Quem gosta de arte e cultura vai se perder lá dentro. Eu fiquei maravilhada.



Se quiser conhecer um pouquinho, visite o Instagram @arariba_indigena.


Depois do nosso reconhecimento inicial da vila de Alter do Chão, hora de embarcar para conhecer as belezas guardadas pelo rio Tapajós.


Assista ao vídeo resumo do nosso primeiro dia em Alter do Chão.




Nos próximos posts, você vai saber como foram nossos dois dias de passeio de barco para conhecer as praias da região.






 
 
 

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